06/08/21

Silêncio

 O silêncio cumpre a sua eternidade de viajar

Âmbula na boca faminta do tempo

Corre com ventos abertos à preguiçosa febre que gagueja no vazio

Tropeça, mexe, desiquilibra

E na sua masculina palavra o silêncio não se adia.

O silêncio embriaga a razão

Devaneia a loucura

Vaga como se quisesse sair do mundo

Da paz audível e sensível do movimento.

 

O silêncio cumpre a sua eternidade de viajar.


Hirondina Joshua (2016) Os Ângulos da Casa. Maputo: Fundação Fernando Leite Couto.

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