Ao Jaime Santos
Deixa-me exprimir
tudo à minha maneira
Não me peças para
que melhor me entendas
Olha-me apenas
como sou, valho mais verdadeira
Não procures em
mim o que não entendes, nem compreendes.
Olha-me levemente
e ver-me-ás pura e inteira
Por mais razões e
conclusões que depreendas...
Não sustentes a
realidade verdadeira e derradeira
Dizes-me
mentirosa, falsa, espero que te defendas.
Que culpa tenho
de falsa parecer se não sou, ou
De saber fingir,
mas representar pessimamente?
Deixa-me navegar
neste fingimento sem idade.
Quem finge
permanece verdadeiro, verdadeira sou,
Mas quem
representa vive em procura permanente
E, eternamente,
encontra novo ser, nova personalidade.
Hirondina Joshua (2016) Os Ângulos da Casa. Maputo: Fundação Fernando Leite Couto.
Sem comentários:
Enviar um comentário